domingo, 27 de maio de 2007

Anos 30 – Tempos de Crise



Diferentemente dos anos 20 do século XX, que havia destruído as formas femininas, os anos 30 redescobriram as formas do corpo da mulher, através de uma elegância refinada, sem grandes ousadias.


As saias ficaram longas e os cabelos começaram a crescer. Os vestidos eram justos e direitos, além de possuírem uma pequena capa ou um bolero, também bastante usado na época. Em tempos de crise, materiais mais baratos passaram a ser usados em vestidos de noite, como o algodão e a caxemira.


O corte enviesado e os decotes profundos nas costas dos vestidos de noite marcaram os anos 30, que elegeram as costas femininas como o novo foco de atenção. Alguns investigadores acreditam que foi a evolução dos trajos de banho a grande inspiração para tais roupas decotadas.


A moda dos anos 30 descobriu o desporto, a vida ao ar livre e os banhos de sol. Os mais abastados procuravam lugares à beira-mar para passar períodos de férias. Seguindo as exigências das actividades desportivas, os saiotes de praia diminuíram, as cavas aumentaram e os decotes chegaram até à cintura, assim como alguns modelos de vestidos de noite.


A mulher dessa época devia ser magra, bronzeada e desportiva, o modelo de beleza da actriz Greta Garbo. O seu visual sofisticado, com sobrancelhas e pálpebras marcadas com lápis e pó de arroz bem claro, foi também muito imitado pelas mulheres. Aliás, o cinema foi o grande referencial de disseminação dos novos costumes. Hollywood, através de suas estrelas, como Katharine Hepburn e Marlene Dietrich, e de estilistas, como Edith Head e Gilbert Adrian, influenciaram milhares de pessoas.


Alguns modelos novos de roupas surgiram com a popularização da prática de desportos, como o short, que surgiu a partir do uso da bicicleta. Os estilistas também criaram páreos estampados, fatos de banho e sweaters. Nos anos 30, os óculos escuros tornaram-se um acessório de moda. Eles eram muito usados pelos artistas de cinema e da música.


Em 1935, um dos principais criadores de sapatos, o italiano Salvatore Ferragamo, lançou a sua marca, que viria a transformar-se num dos impérios do luxo italiano. Com a crise na Europa, Ferragamo começou a usar materiais mais baratos, como o cânhamo, a palha e os primeiros materiais sintéticos. A sua principal invenção foi a palmilha compensada.


Gabrielle Chanel continuava a ser um sucesso, assim como Madeleine Vionnet e Jeanne Lanvin. A surpreendente italiana Elsa Schiaparelli iniciou uma série de ousadias nas suas criações, inspiradas no surrealismo. Outro destaque é Mainbocher, o primeiro estilista americano a fazer sucesso em Paris. Os seus modelos, em geral, eram sérios e elegantes, inspirados no corte enviesado de Vionnet.


Assim como o corpo feminino voltou a ser valorizado, os seios também voltaram a ter forma. A mulher então recorreu ao sutiã e a um tipo de cinta ou espartilho flexível. As formas eram marcadas, porém naturais.


Seguindo a linha clássica, tudo o que era simples e harmonioso passou a ser valorizado, sempre de forma natural.


No final dos anos 30, com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, que se iniciou na Europa em 1939, as roupas já apresentavam uma linha militar, assim como algumas peças já se preparavam para dias difíceis, como as saias, que já vinham com uma abertura lateral, para facilitar o uso de bicicletas.


Muitos estilistas fecharam os seus ateliers ou mudaram-se da França para outros países. A guerra viria a transformar a forma de vestir e o comportamento de uma época.

2 comentários:

Ti Manel disse...

obrigado já tenho trabalho de historia ;)
vao ao meu blog e comentem!!!

Bárbara Machado disse...

Olá! Gostei muito do blog e usei algumas informações para escrever sobre um assunto no meu TCC. Vocês poderiam passar informações de vocês e fontes para que eu use como referência? Desde já agradeço!