quarta-feira, 23 de maio de 2007

A Mulher depois do 25 de Abril




Não podemos afirmar que já não existe desigualdade entre homens e mulheres, nem que não existem ainda representações tradicionais sobre o papel da mulher, pois, ainda vivemos um processo de mudança ao nível das mentalidades e na forma como a própria sociedade representa a mulher na família, na sociedade, na política ou noutro domínio qualquer.
O facto de ao longo do tempo se ter vindo a conquistar cada vez mais domínios de intervenção em que as mulheres têm uma presença activa e importante não significa que não subsistam representações tradicionais sobre o seu papel podendo até afirmar que aquilo a que se assiste hoje em dia é a uma “coexistência de representações modernistas sobre a mulher, com representações tradicionalistas”. Actualmente, as mulheres constituem uma parte importante da mão-de-obra no mercado de trabalho e, inversamente ao que acontecia no passado, poucas são agora as que ficam em casa.
No entanto, há sectores de actividade em que os estereótipos permanecem como por exemplo a política, em que as desigualdades são ainda bastante notórias: As mulheres são uma minoria em termos de ministros, cargos de ministério, secretárias de Estado. O mesmo se passa no Parlamento e é por isso muito difícil que uma mulher chegue a primeira candidata. A presença das mulheres no poder executivo e legislativo em Portugal desde Abril de 1974, verifica até que ponto têm estado quase sempre afastadas dos cargos mais elevados da hierarquia política: o Presidente da República foi sempre homem, o cargo de primeiro-ministro foi ocupado por 10 homens e apenas uma vez, em 1979, por uma mulher, Maria de Lurdes Pintassilgo (num Governo de iniciativa presidencial, durante um tempo determinado).




Maria de Lurdes Pintassilgo

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